Ninja Entrevista : Rogério Saladino

Nosso poderoso Shinobi ataca novamente! E dessa Vez sua vítima foi ninguém menos que o lendário Rogério Saladino! Confira o que ele tem a dizer sobre o universo de tormenta nesse ano especial.


1 Você poderia se apresentar para aqueles que ainda não conhecem você? (O que é uma desonra enorme)

Rogerio Saladino: Eu sou Rogerio Saladino, um dos autores de Tormenta, o cenário de RPG nacional.  Também participei do corpo editorial da Dragão Brasil, a mais marcante revista nacional de RPG, com o Marcelo Cassaro e o J. M. Trevisan. Sou um RPGista das antigas (quando ali não tinha nem mato), trabalhei como editor da versão brasileira da Dragon Magazine, a revista de RPG do D&D, e também fui editor de quadrinhos Marvel para a Panini Brasil. Também sou fã de vários sistemas e cenários de RPG.


2 Sabemos que você é um grande fã do cinema de terror. Você saberia dizer quais filmes do gênero já influenciaram o RPG ou vice-versa?

RS: É meio difícil de dizer… porque tem tanta coisa de cada lado… tantos filmes e tantos RPGs! Não dá pra deixar de dizer que eu joguei Vampiro: A Máscara sem ter em mente todos os filmes que o próprio RPG menciona em suas páginas. Praticamente metade das aventuras clássicas de Ravenloft, por exemplo, tiveram muita inspiração de dezenas de filmes da Hammer (produtora britânica que ficou famosa por lançar Christopher Lee e uma nova versão dos monstros clássicos). No meu caso, essas influências ficam mais claras em sessões de jogo, personagens ou em campanhas específicas, e bem menos na criação de cenários como Tormenta. Em Tormenta, o foco não é o terror gótico ou os monstros clássicos, e o terror que temos em Arton é mais perto do lovecratiano, com a Tormenta propriamente dita.

3 Quais são as suas principais influências referente ao RPG? (seja autor, algum cenário ou jogo específico)

RS: Costumo dizer que eu sou mais da escola clássica de RPG, já que o AD&D foi uma das minhas grandes bases, mas isso não é totalmente preciso, já que eu já joguei muita coisa e eu estou sempre atento a novidades, sistemas, ideias, mecânicas, estilos e outros elementos do RPG. Como eu joguei muita coisa e eu trabalho com o jogo, acabo vendo a coisa com vários olhares; o de jogador, o de mestre, o de escritor, o de designer, o de resenhista, o de editor de revista que vai ter que fazer artigo ou adaptar personagem de filme pro sistema… e tudo isso me faz ter muitas, muitas referências e influências.

Recentemente, eu tenho gostado muito do trabalho da Paizo com o Pathfinder RPG, especialmente nos livros que descrevem o cenário, aqueles que tem poucas regras, e muita descrição. Eu sei o quanto isso dá trabalho e vejo como eles fazem bem feitos. Conhecer e conversar com o Jason Bulmahn (o designer da Paizo) ajudou muito a perceber como eles fazem as coisas e ver as similaridades com a gente.

4 Como foi o início de trabalho com Tormenta, e quais ideias que você teve foram para o cenário? (Personagens, locais, itens, aventuras tudo do tipo)

RS: No início, a gente juntou nós três, eu, Cassaro e Trevisan e vimos o que poderíamos usar no cenário do que já havia sido publicado, o que teríamos que mudar e o que teríamos que fazer do zero. A divisão não foi tão simples como muita gente pensa. Em muitos casos, a gente deu palpite na ideia do outro, e um terceiro acabou escrevendo!

Eu lembro especificamente que eu fui incumbido de criar os grandes magos do cenário, Vectorius e Talude, por conta disso, a Academia Arcana e Vectora também eram meio que “meus”. Se bem me lembro, eu que criei o deus da traição Sszzaas. Alguma coisa dos dragões-reis que não tinham sido mencionados também foi coisa minha.

Eu posso estar esquecendo algo, porque… bom, são 20 anos!

5 Como você vê a importância, no cenário nacional, de Tormenta enquanto RPG, literatura, jogo digital e outros produtos? E como surgiu a ideia do Tormenta 20?

RS: Tormenta existe por 20 anos. Não deixou de ser publicada nesse tempo todo. Isso já diz muito a respeito do cenário. Tem muita gente que cresceu jogando Tormenta, que é o sistema que conheceu desde que começou a jogar. Isso, pra gente, é um motivo de imenso orgulho. Na CCXP de 2018, o maior lançamento de livro foi um romance de Tormenta, que esgotou no evento.

É por motivos como esses que eu mencionei que queremos que o livro que comemora os 20 anos da marca seja também um marco no RPG nacional. Por isso resolvemos fazer um campanha no Catarse, pra reunir todos os fãs, pra ter os fãs com a gente nisso, não só um livro novo, mas uma comemoração. A ideia foi meio que “vamos fazer de uma forma que o pessoal vai ter o nome no livro, e mais umas coisas legais”.

Os fãs merecem isso.

6 Existe algum projeto pessoal relacionado ou não com Tormenta que você tem em mente ou gostaria de produzir?

RS: Olha… eu ando tão ocupado com o Tormenta20 e os lançamentos da Jambô (de quadrinhos e literatura) que não tenho pensando lá muitos outros projetos pessoais, não. Acho que depois do Tormenta20 sair, é capaz que eu possa parar pra respirar e pensar em alguma outra coisa… mas por enquanto, não tem não.

7 Conte algumas coisas que podemos esperar de Tormenta 20 e possíveis planos para o futuro referente a Tormenta.

RS: Por enquanto, não posso contar lá muita coisa, mas tem algo que posso dizer. Estamos fazendo uma evolução do sistema do Tormenta RPG, com a intenção de deixá-lo mais ágil e rápido, tanto de jogar como de criar os personagens. Vamos ter algumas mudanças nas raças e em suas habilidades, assim como nas classes, mas tudo com essa intenção em mente (deixar mair rápido e ágil) e mantendo uma compatibilidade com o que já foi lançado antes. Note bem, compatibilidade não quer dizer regras iguais, quer dizer que é facilmente convertido, com algumas pequenas mudanças. Vai ter coisa diferente, claro, mas vamos explicar como converter, o que vai ser bem rápido.

E planos futuros… bom a gente está focando em fazer o Tormenta20 primeiro… e depois vamos falar do que estamos pensando lá pra frente (porque ainda temos MUITA coisa pra fazer com o Tormenta20).

8 Por fim agradeço a oportunidade da entrevista com alguém que eu admiro é um ídolo, e um amigo. Então deixem um recado para os seus fãs e os fãs de Tormenta.

RS: Primeiro quero agradecer o espaço e o convite para entrevista. É sempre muito bom poder conversar com o público sobre o que a gente está fazendo, mostrar uma parte do nosso lado. A gente sabe que vocês querem ver, então é sempre bom poder falar.

Segundo, o recado que eu quero deixar é pra vocês acompanharem a campanha do Tormenta20, apoiarem a campanha, seguir o que gente está fazendo e dar palpites e sugestões. Vamos fazer o Tormenta20 ficar o melhor livro de RPG nacional que a gente conseguir!


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